CARATERIZAÇÃO DO FITNESS EM PORTUGAL 2019

CARATERIZAÇÃO DO FITNESS EM PORTUGAL 2019: PRINCIPAIS RESULTADOS DO SETOR

Vera Pedragosa

Investigadora CIP/UAL – Centro de Investigação em Psicologia/

Universidade Autónoma de Lisboa

Eduardo Cardadeiro

Professor Associado e Diretor da Autónoma Academy

 

O Barómetro do Fitness é um relatório anual realizado entre Centro de Estudos Económicos e Institucionais da Universidade Autónoma de Lisboa (CEEI/UAL) e a Portugal Activo | AGAP, desde 2016. O objetivo deste estudo é a caraterização estatística anual das principais  variáveis do mercado do Fitness, verificando tendências temporais, de forma a servir os  interesses dos investidores, gestores, trabalhadores, praticantes, investigadores e demais interessados na informação estatística do Setor.

O ano de 2019 foi caraterizado pela abertura de mais 10% dos Clubes face a 2018, e os cerca de 1100 Clubes terão sido frequentados por 688.210 praticantes, maioritariamente mulheres (57%), um número superior a 2018 em 16%. Este aumento de 16% de praticantes é justificado na sua essência pela taxa de libertação líquida das Cadeias (= angariações + reinscrições - cancelamentos), o tipo de Clubes que mais contribuiu para o crescimento do número de praticantes.

Em média os praticantes foram 1,6 vezes por semana ao Clube, sendo que a frequência nos Clubes de Cadeias é menor (1,4 vezes por semana) do que nos Clubes individuais (2,5 vezes por semana).

A taxa de penetração do mercado aumentou de 5,8% (2018) para 6,7% (2019).

Estima-se que o volume de faturação tenha tido um crescimento de 10%, em relação a 2018, e que o mercado global tenha faturado em 2019, 289.371 milhões de euros (sem IVA). Mais de metade dos Clubes (54%) aumentou a faturação em mais de 2,5% e, 42% manteve o volume de negócios em relação ao ano anterior. 75% da faturação é proveniente das mensalidades e 25% da faturação de outras receitas (i.e, serviços de treino personalizado, nutrição, serviços de SPA, etc.). As expetativas de faturação para 2020, à data em que o questionário foi realizado (janeiro de 2020)1 eram positivas com 85% dos Clubes a esperar aumentar a faturação em mais de 2,5%, com maiores expetativas de faturação entre os Clubes individuais comparativamente às Cadeias.

O EBIT (resultado operacional antes de encargos financeiros e impostos) representou para 59% dos Clubes rendibilidades superiores a 15%, significativo incremento em relação a 2018, ano em que apenas 38% dos Clubes reportaram essa performance. Verifica-se uma tendência para as assimetrias entre as Cadeias, a apresentarem EBIT´s superiores, e os Clubes individuais, cuja rendibilidade se tem degradado.

Geograficamente, mantêm-se a maior concentração do número de Clubes em Lisboa (34%) e Porto (19%). 63% dos Clubes pertencem a Cadeias, aumentando o peso desta tipologia de Clube face aos Clubes individuais, tendência que se vem registando ao longo do tempo. Os Clubes individuais caraterizam-se por espaços mais pequenos, 45% dos Clubes com menos de 500 m2, e as Cadeias caraterizam-se por espaços maiores, 43% dos Clubes com mais de 1500 m2, o que se reflete, naturalmente, no número de sócios por Clube.

Assim, a maioria dos Clubes individuais tem menos de 500 sócios (66%) e Cadeias têm mais de 1.000 sócios (61%).

Nas tipologias de Clubes mantem-se a predominância (80%) dos Clubes convencionais (i.e., Ginásios / Health Clubs / Clubes de Fitness & Saúde), salientando o aumento das Boutiques de Fitness, de 2% em 2018 para 5% em 2019.

Os Clubes apresentam uma mensalidade média de 37,71€ (com IVA), que comparativamente com 2018, diminuiu 5,6%, contrariando a tendência de aumento da mensalidade média desde 2016. A tendência é igualmente invertida nos valores das mensalidades dos Clubes individuais que atualmente são mais baixos do que os das Cadeias, exceto no segmento Premium no qual os Clubes individuais apresentam preços médios superiores às Cadeias, 111,74€ contra 93,95€, respetivamente.

Na classificação por segmento de preço a maior parte dos Clubes opera no Lowcost (42%) e Mid. Market (51%) e mais de metade dos Clubes individuais (66%) pertencem ao segmento Mid Market e metade das Cadeias (50%) pertencem ao segmento Low Cost.

O emprego diminui em 2019, em comparação com 2018, em 8,8%, verificando-se atualmente um mercado com 20.012 trabalhadores (FTE2), dos quais 60% são instrutores e 40% são staff (i.e., administração, receção, etc.), proporções semelhantes às do ano anterior. Também se mantêm os padrões de 2018 quanto ao trabalho a tempo integral, com apenas 27% dos instrutores, a trabalhar a tempo integral, para 84% do staff a trabalhar igualmente neste regime de trabalho.

 

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